O Som ao Redor
Drama
Direção: Kleber Mendonça FIlho
Disponibilidade: Netflix/Download/Online
Por Thiago Natário
Dirigido pela mesma mente responsável por “Aquarius”, “O Som ao Redor” foi a seleção oficial do Brasil para a categoria de melhor filme em língua estrangeira no Oscar de 2014. Apesar de não ter conseguido a tão almejada indicação, o filme chamou muita atenção tanto no Brasil quanto fora. A temática de “O Som ao Redor” e o estilo visual elaborado por Kleber Mendonça Filho fazem deste um filme único, que soa diferente de qualquer outra coisa que você já tenha visto. Sem ter uma trama exatamente bem delimitada, o filme é estruturado em “partes” que mais parecem capítulos de um livro. Cada sequência de “O Som ao Redor” dedica-se ao desenvolvimento de um personagem e de uma vivência em um bairro nobre no Recife.
Dessa forma, é como se o protagonismo do filme ficasse por conta de seu cenário, e os personagens servissem a trama ao desenvolver as várias partes de tal cenário. Isto não quer dizer, de forma alguma, que os personagens de “O Som ao Redor” sejam simplistas ou desinteressantes. O grande acerto do filme é, aliás, balancear de forma perfeita sua construção e montagem de cenas, criando personalidades e histórias unanimemente interessantes, o que suaviza a transição entre uma e outra. No melhor estilo “Magnólia” (1999) o filme deixa seus personagens se desenvolverem em separado, sem forçar conexões entre eles, mas as utilizando quando são propícias à trama. É visível que são os personagens que compõe os caminhos da trama, e nunca o contrário.